Em etapa caótica, no GP da Holanda, Oscar Piastri amplia liderança e Isack Hadjar conquista o primeiro pódio da carreira
- Giovanna Carvalho

- 2 de set.
- 4 min de leitura
Se, por um lado, o Summer Break nos trouxe poucas emoções, por outro, a primeira corrida da segunda metade da temporada foi, nada menos do que... caótica! Um verdadeiro teste de sobrevivência em Zandvoort que valeu a pena cada segundo de acompanhamento.

Largado da pole, Oscar Piastri converteu mais uma vitória – sua sétima na temporada –, marcando um feito de domínio absoluto. Ele cravou a pole, liderou todas as voltas, fez a volta mais rápida e venceu a corrida! Se na Fórmula 1 esse feito é o famoso "Grand Chelem", aqui ele foi a prova de um controle impecável sob pressão. E, falando em Grand Slam, o Piastri é o primeiro australiano desde o lendário Jack Brabham (que o fez na Bélgica em 1960 e na Grã-Bretanha em 1966) a conquistar um Grand Chelem, inclusive, primeiro do que Lando Norris.
Enquanto isso, seu companheiro de equipe, Lando Norris, viu o campeonato ficar mais acirrado para o seu lado quando, nas voltas finais, teve um problema com o motor de seu carro e precisou abandonar a prova. Agora, a diferença entre os dois é de 34 pontos – para serem tirados em nove etapas. E a falha no motor de Norris vai resultar, inclusive, numa troca da unidade de potência da McLaren #4. Como a equipe já fez as trocas permitidas durante o ano, Lando provavelmente levará uma punição de 10 posições no grid de largada em Ímola.
Completando o pódio, Max Verstappen conquistou o segundo lugar depois de ultrapassar Lando ainda na largada, e se manter entre as primeiras posições durante toda a corrida. Mas a grande surpresa foi Isack Hadjar chegando em terceiro lugar! Depois de uma ótima classificação em p4 – que é extremamente importante em Zandvoort, pista onde as oportunidades de ultrapassagens são poucas –, o piloto francês, que se manteve constante na sua posição, se beneficiou do DNF de Norris e marcou a melhor posição em corrida da sua carreira até aqui.
Albon e Williams
Mas nem tudo foi caos e porcas emperradas! Um dos grandes destaques da etapa foi a performance monumental de Alex Albon e a Williams! Largando de um P15 modesto, Albon orquestrou uma corrida impecável para terminar em um impressionante P5! Esse resultado não é só um feito pessoal; marca o primeiro top 5 da Williams em Zandvoort desde 1982, com Keke Rosberg e Derek Daly!
Albon, após a corrida na coletiva de imprensa do GP da Holanda, descreveu a sensação com aquele misto de satisfação e surpresa: "Tivemos uma largada muito boa, ganhamos uma posição na largada e depois ganhamos mais duas posições na Curva 1, mais duas na Curva 3 e então estávamos imediatamente na corrida. Acho que, olhando para a estratégia, sempre pareceria uma corrida de uma parada só e bem chata, mas tivemos uma largada que nos colocou em uma boa disputa por uma vaga nos pontos. Parecia que as férias de verão tinham chegado e todos estavam um pouco animados na primeira corrida de volta. Da minha parte, eu tinha um bom ritmo e estava feliz por ficar onde estava. Estava feliz com a sensação do carro, mas aí pareceu que todo mundo caiu, então terminamos em 5º! Houve um pouco de sorte, mas também houve um bom ritmo, e nos colocamos em posição de conquistar a quinta posição. Não fomos um dos que se beneficiaram do Safety Car; na verdade, nos beneficiamos puramente do ritmo de corrida. Estou muito feliz."

O resultado foi vital para as esperanças da Williams de garantir o quinto lugar no Campeonato de Equipes, com Aston Martin e Racing Bulls apenas 18 e 20 pontos atrás, respectivamente.
Outro ponto positivo veio com Franco Colapinto, cujo P11 foi o melhor resultado da temporada para este chassi Alpine, tanto para o piloto argentino quanto para o homem que ele substituiu, Jack Doohan.
A Luta dos Gigantes
Por outro lado, para algumas equipes e pilotos, foi um fim de semana para se esquecer. A Ferrari, um fim de semana antes de sua corrida em casa, teve que lidar com o abandono de seus dois pilotos – que bateram no mesmo lugar, nas voltas 23 e 53. Enquanto Lewis perdeu o controle de seu carro, pouco depois da chuva alcançar o circuito, Leclerc sofreu com um contato de Kimi Antonelli, rodando logo em seguida. Que dia!
O piloto da Mercedes, inclusive, levou duas penalizações: uma de dez segundos, pelo contato com o piloto da Ferrari, e outra de cinco segundos, por ultrapassar a velocidade limite dentro do pit lane – que, por decisão da FIA, já era maior do que na última etapa (de 60 km/h para 80km/h) – fazendo com que o italiano terminasse em 16º lugar. Um verdadeiro combo de punições!

E, falando em penalidades, quem também sofreu com uma delas foi Carlos Sainz, que foi considerado culpado por um incidente entre ele e Liam Lawson, e acabou levando, além de dez segundos na corrida, dois pontos na sua superlicença. Nas coletivas pós corrida, o espanhol declarou para a DAZN, em um tom de incredulidade: "O pênalti é incompreensível. [...] O piloto de fora é apenas um passageiro do que o piloto de dentro decide fazer, deixando nenhum espaço e, por cima disso, te tocando e, apesar de tudo, o de fora que leva 10 segundos? É chocante e não faz sentido. [...] Está claro que Lawson não é uma pessoa que você quer tentar ficar em paralelo. Sinceramente, eu nem estava tentando ultrapassar ele, eu estava forçando para que ele chegasse na curva 2 e 3 com pneus gastos, e aí eu teria uma chance”. Desabafo que gera muita discussão!
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