Sob o sol da Flórida, o GP de Miami recebe a segunda sprint da Fórmula 1
- Monique Mavillyn
- há 5 dias
- 4 min de leitura
Do outro lado do espetáculo, as equipes se veem diante de um circuito abrasivo e perfeito para ultrapassagens em três zonas de DRS

O recente circuito da Fórmula 1 segue firme no calendário da categoria por mais alguns anos. Afinal, essa foi uma jogada de mestre para ampliar a popularidade nos Estados Unidos, escolhendo fazer uma corrida bem num lugar que já é aclamado pelo público da NFL.
Só para não passar batido, a Liberty Media, dona da F1 desde 2017, apostou pesado na corrida de Miami para conquistar o solo americano. O sucesso do GP, somado ao hype da série Drive to Survive, ajudou a aumentar o entretenimento no país, com famosos circulando pelo paddock e muita festa envolvida.
E claro, essa etapa será a segunda vez de um final de semana no modo Sprint. O que traz um gostinho a mais para o campeonato.
ZOOM IN no circuito
Na primeira edição (2022), pilotos como Sainz e Pérez reclamaram do asfalto escorregadio e da falta de aderência, especialmente fora do traçado ideal. No ano seguinte, o asfalto foi refeito.
Mas o que mais gerou comentários na comunidade da F1?
A “falsa marina”. Eu sei que você já se lembrou daquela imagem de Craig Slater, da Sky Sports, deitado no chão seco. A 16km de distância da costa, uma parte do circuito imita um porto com iates em um “mar” pintado no chão. A internet não perdoou, claro.
E ideia inicial era montar o circuito no centro da cidade que pudesse passar por uma ponte em direção ao Porto de Miami, mas o projeto não saiu do papel por falta de autorizações necessárias. No fim, o que fizeram foi tentar recriar a experiência no entorno do Hard Rock Stadium.
Fora isso, o Miami International Autodrome deu trabalho. Eles fizeram cerca de 75 projetos de traçado e 36 simulações diferentes até chegar na que temos atualmente. O circuito urbano montado em torno do Hard Rock Stadium, casa do Miami Dolphins (NFL), tem 5,4 km que mistura curvas técnicas e retas de alta velocidade — mas tudo montado temporariamente, com os “paddock trailer” das equipes colocados no grande gramado do estádio.
O circuito desafia pilotos com 19 curvas, três longas retas, três zonas de DRS e velocidades que podem chegar aos 350 km/h. E mais: o traçado ainda traz mudanças de elevação, especialmente entre as curvas 13 e 16, onde os carros passam por uma rampa de saída e se enfiam sob vários viadutos em um terreno bem irregular.
O ponto mais traiçoeiro? A chicane entre as curvas 14 e 15. Ali, a pista sobe, passa por uma crista e despenca na saída — tudo isso enquanto os pilotos lutam para reduzir a velocidade e evitar os meio-fios. Ufa, tem tempo para respirar?

As escuderias terão que se preparar para o clima quente da Flórida, algo que para algumas pode ser um calcanhar de aquiles. Isso porque, o asfalto ao redor do estádio é bem liso, o que expõe os pneus a forças moderadas nas curvas e frenagens. A alta temperatura também deve pesar: no ano passado, a pista chegou a passar dos 55 °C.
“Estamos falando de um circuito completamente diferente aqui, mas especialmente sob temperaturas mais altas. No papel, isso não é uma vantagem para nós”, escreve Helmut Marko em sua coluna no Speedweek.
Como a superfície abrasiva gera médio desgaste dos pneus, a pirelli colocou a estratégia do stint para os compostos mais macios. Assim, a Pirelli traz a mesma lógica usada há duas semanas na Arábia Saudita: o C3 como pneu duro, o C4 como médio e o C5 como macio.

Para a primeira corrida das três etapas realizadas nos EUA, as escuderias trabalham seus carros para terem uma ou duas paradas, dependendo do ritmo de corrida e temperatura da pista.
Isso porque:
Os pneus macios (C5) devem oferecer boa performance, mas se desgastam rápido, especialmente com temperaturas acima de 50 °C no asfalto.
O asfalto liso gera menos abrasividade, mas ainda assim, com o calor e as forças nas curvas, há risco de degradação térmica, o que reduz a vida útil dos pneus.
É comum ver a Pirelli ser um pouco “conservadora” na sua estratégia em pistas com temperaturas extremas, justamente para evitar desgaste excessivo e bolhas nos compostos mais sensíveis.
A PRIMEIRA A GENTE NUNCA ESQUECE
Há certas coisas que acontecem em Miami dignas de aumentarem seu apreço para alguns.
Foi lá onde Lando Norris, largando de P6, finalmente alcançou o tão sonhado objetivo na carreira. Como em 2024 favoreceu aqueles pilotos que tiveram danos físicos, com Norris aconteceu o mesmo. Ele recém tinha se machucado numa festinha na Holanda, nada grave, só um pequeno corte no nariz… mas pelo menos levou o troféu para casa.

E olha que nem parecia ser ele o grande vencedor, já que Oscar Piastri largou melhor tendo maior possibilidade. No entanto, um Safety Car no momento certo mudou o jogou para Norris, que alongou seu primeiro stint e voltou dos boxes diretamente na liderança.
Mesmo sob pressão de Verstappen na relargada, Norris se manteve no controle com sua McLaren, abriu vantagem e controlou a corrida até o fim. Com uma pilotagem segura, e Verstappen enfrentando dificuldades de equilíbrio, o britânico conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1 — na sua 110ª tentativa — deixando para trás o peso do erro no GP da Rússia de 2021.
RED CARPET?
Miami é um grande prêmio de influência. Gostando ou não da corrida, é impossível negar que a etapa é super badalada - uma das favoritas, inclusive, para aparições de celebridades pelo paddock -. Em 2024, marcou recorde de audiência na televisão norte-americana, com 3,1 milhões de telespectadores - se o objetivo era aumentar a visibilidade do esporte nos Estados Unidos, nessa corrida a Liberty Media pode dar um check!
Antes de ir
Records
A volta mais rápida segue nas mãos de Max Verstappen, que marcou 1:29.708 em 2023. Assim como o piloto que mais venceu, somando duas vitórias.
Horários do GP de Miami

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