As 4H de Montreal? Palco de grandes histórias, Canadá recebe a décima etapa da temporada da Fórmula 1
- Giovanna Carvalho

- 14 de jun.
- 5 min de leitura
Com a vitória em Barcelona, Oscar Piastri se garantiu na liderança do campeonato, mas a disputa interna na McLaren continua longe de acabar. Parecendo disputar uma fórmula própria, a McLaren despontou como líder absoluta já faz um tempo, mas, enquanto seus pilotos abrem cada vez mais vantagem em relação ao resto do grid, a diferença entre eles volta a ser de apenas dez pontos.

Por outro lado, a gente piscou e a Ferrari apareceu quase no topo da tabela. Com o inesperado terceiro lugar de Charles Leclerc em Barcelona, a escuderia italiana ultrapassou tanto a Red Bull quanto a Mercedes e agora é segunda colocada no campeonato de construtores - ainda muito longe dos papaya, é claro, mas trazendo uma ponta de esperança para os tifosi -. Será que esse pode ser o ponto de virada para o restante da temporada que eles tanto esperam?
Além disso, a disputa na pista entre George Russell e Max Verstappen acendeu os alertas para o piloto holandês. Agora, Max tem duas corridas “pisando em ovos” para não ser suspenso por uma corrida - após acumular 11 pontos na sua superlicença no período de um ano -.
Então, antes de voltarmos para as Américas e desembarcamos no Canadá neste fim de semana, os três ensinamentos que ficaram do GP da Espanha foram:
1 - A Guerra Civil da McLaren está mais para Guerra Fria no momento: as faíscas entre os companheiros de equipe ainda não queimaram - mas, definitivamente, é questão de “quando” vai acontecer e não “se”.
2 - A Ferrari, mesmo em momentos ruins, por alguma mística - ou muita oração tifosi - consegue arrancar uma lasquinha das primeiras posições.
3 - A gente pode achar que as confusões já acabaram, mas Russell e Verstappen sempre encontrar um jeito de se alfinetar mais - dentro E fora das pistas -.
ZOOM IN no circuito
É MARMOTA! Ou quase isso =) O Canadá recebe corridas de Fórmula 1 desde 1967, num primeiro momento em Clarington e Mont-Tremblant e, desde 1978, para o traçado que hoje recebe os grandes prêmios canadenses. Antes chamado Île Notre-Dame, por estar localizado justamente na ilha artificial de Notre-Dame, o circuito foi renomeado em 1982, em homenagem ao herói nacional, Gilles Villeneuve.
Com 4.361 km de extensão, 14 curvas, 3 zonas de DRS e 70 voltas esperando os pilotos no domingo, o circuito é lembrado pelas suas retas rápidas, além das chicanes e do hairpin, que colocam à prova a precisão dos pilotos - especialmente quando a temperatura resolve mudar do dia para a noite em solo canadense -.

E aposto que muitos pilotos já prenderam a respiração antes de passar entre as curvas 13 e 14. Isso porque é justamente naquela chicane que fica o temido “ muro dos campeões”. O nome é autoexplicativo, mas a história é antiga: em 1999, três campeões - Michael Schumacher, Damon Hill e Jacques Villeneuve - deram de encontro com o muro em um curto período de tempo e acabaram com as suas chances de vencer a etapa, batizando assim, o temido paredão.
Mais tarde, outros campeões, como Sebastian Vettel e Jenson Button, também acabaram na parede. Mas, curiosamente, nenhum dos três campeões presentes no grid atual - Fernando Alonso, Lewis Hamilton e Max Verstappen - deram o azar de se consagrarem vítimas desse destino nas suas carreiras até aqui. Que sorte hein!
A volta de Stroll e brasileiro nas pistas
Depois de não participar do Grande Prêmio da Espanha por causa de uma fratura no pulso, Lance Stroll chega 100% (ou quase isso) para a sua home race. O canadense, que já havia realizado uma operação no punho no início da temporada de 2023, - quando caiu de bicicleta - afirmou que vinha sentindo dores desde abril e passou por outro procedimento cirúrgico na semana seguinte à etapa de Barcelona.

Com a ausência de Stroll, muitos fãs brasileiros se animaram com a possibilidade de Felipe Drugovich assumir seu lugar caso o piloto principal ainda estivesse em processo de recuperação, mas - mais uma vez - não rolou. Até porque, nesse fim de semana acontece também uma das corridas mais importantes e icônicas do automobilismo mundial: as 24 Horas de Le Mans, na França, e Felipe Drugovich é um dos brasileiros que estará na pista competindo a prova de Endurance. Então, mesmo que a Aston precisasse de um reserva, Felipe provavelmente não seria o nome levantado para isso.
Ainda assim, depois de uma quinzena fora das pistas, Lance se recuperou bem e voltou a tempo de competir na etapa canadense, disse para a coletiva de imprensa no media day que se sente muito confiante e que o problema não vai retornar. “É bom estar aqui, bom estar em casa, correndo em Montreal. O punho está bem”.
A corrida mais longa da história
E em clima de corridas demoradas, foi o Canadá que recebeu a maior corrida da história da Fórmula 1: com 4h04min39s. - quase uma 6 horas de São Paulo -.
Tudo aconteceu em 2011 e o maior causador da longa duração foi o mau tempo que atingiu o circuito naquele domingo. A corrida viu de tudo, bandeira vermelha, safety car, batida entre companheiros de equipe, punição por velocidade nos boxes… uma verdadeira prova de resistência! O grande ganhador? - ou sobrevivente - foi Jenson Button, que conquistou a sofrida vitória apenas na última volta.
Foi ali que a FIA viu a necessidade de estabelecer um tempo limite para as corridas. Naquela ocasião, ficaram combinadas quatro horas, mesmo com interrupções - por batidas ou condições climáticas, por exemplo - mas, mais tarde, em 2021, a federação diminuiu o tempo para três horas.
2016 já virou retrô?
Pensar que 2016 já foi a quase dez anos atrás pode parecer assustador, mas é real, e agora a Haas faz questão de nos lembrar disso. Os americanos chegam no Canadá com uma pintura especial, em tons de cinza e vermelho, numa pegada meio nostálgica, relembrando seu início na categoria.
A ocasião especial vem em forma de desenho, nas laterais da cada cockpit, celebrando os 200 Grandes Prêmios da escuderia, que estreou oficialmente como parte do grid no GP da Austrália de 2016. Além da remontagem do carro da época, o design traz também, em homenagem, os nomes dos funcionários da equipe, inscritos nas asas dianteiras.
Os maiores em Montreal
Os maiores vencedores da etapa são Lewis Hamilton - que conquistou sua primeira vitória da carreira no GP do Canadá de 2007 - e Michael Schumacher, somando sete triunfos cada. Dentre as equipes, foi a Ferrari que colocou seus pilotos no pódio por mais vezes, com quatorze triunfos na conta. O recorde oficial da pista pertence a Valtteri Bottas, que marcou 1:13.078 em 2019.
Relembrando a última etapa
Max Verstappen venceu a etapa de 2024 depois de largar em segundo no grid. Lando Norris veio logo atrás e George Russell - que havia conseguido a pole position no dia anterior - completou o pódio em terceiro lugar. A volta mais rápida ficou com Lewis Hamilton, que terminou em quarto lugar, depois dele marcar 1:14.856 na última volta.



Comentários