top of page

Cadillac escolhe dois veteranos para ocupar seus assentos na Fórmula 1 em 2026

  • Foto do escritor: Fala Driver´s
    Fala Driver´s
  • 28 de ago.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 31 de ago.

A Cadillac assinou com dois rostos já conhecidos na Fórmula 1, reunindo experiência considerável: 500 largadas, 106 pódios e 16 vitórias. Valtteri Bottas e Sérgio Perez estão na linha de frente para ocupar o cockpit da 11ª escuderia do grid.


Uma escolha surpreendente? Talvez.


Tradicionalmente, espera-se que uma nova equipe tenha uma dinâmica entre veterano e rookie, mesclando personalidades em estágios diferentes de experiência. Além disso, o diretor da equipe Graeme Lowdon vinha defendendo a ideia de colocar um norte-americano em um dos assentos. 


Alguns nomes preenchiam a lista, incluindo Colton Herta e até Felipe Drugovich - aqui os brasileiros tinham altas expectativas, considerando a relação com a General Motors, mas não foi dessa vez. Houve também um outro ponto que deixou essa vaga "norte-americana" para depois. Towriss afirmou durante o GP de Miami, em maio, que isso só acontecerá quando esse piloto estiver pronto. Herta, por exemplo, não tem a Superlicença necessária para competir na F1. O empresário também disse que uma nova equipe precisa de pilotos experientes e estáveis.

Então, a caixinha de Pandora se abriu revelando o anúncio de contratos plurianuais com dois veteranos, garantindo estabilidade dentro da escuderia pelo menos até 2027. A escolha faz sentido, já que 2026 será o ano da descoberta para a nova regulamentação.


Checo e Bottas assinam com a Cadillac. Foto: F1 via X
Checo e Bottas assinam com a Cadillac. Foto: F1 via X

O motivo

Escolher Checo e Bottas mostra que a Cadillac tem um desafio claro em 2026. Uma equipe estreante na Fórmula 1 enfrenta preocupações tanto de engenharia quanto de performance. Perez competiu por cinco equipes, incluindo a Red Bull ao lado de Max Verstappen até o final da temporada passada. Bottas correu com Lewis Hamilton na Mercedes por cinco temporadas, conquistando 10 vitórias. Ele começou na Williams em 2013 e, mais recentemente, defendeu a Sauber em 2024, sendo piloto reserva da Mercedes nesta temporada.


Ambos têm passagem recente pela categoria - não estão "frios" a ponto de terem perdido o ritmo das corridas e a sagacidade necessária.


Embora a saída de Checo não tenha sido das melhores, o que gerava "questões e ceticismo" entre os tomadores de decisão da Cadillac, segundo o CEO Dan Towriss, o mexicano sempre esteve entre os nomes mais cotados. Towriss revelou que houve "muita conversa" internamente sobre a ausência de Perez por um ano inteiro. A Cadillac chegou a procurar funcionários da Red Bull para entender a situação de Perez, além de se reunir com ele detalhadamente. Towriss disse que "não poderiam estar mais satisfeitos" com o que encontraram, e que Perez "superou" as expectativas pessoalmente, "passando em nossos testes com louvor".


A realidade com seus sucessores também ajudou. Liam Lawson teve desempenho ainda pior e foi dispensado após apenas duas corridas, enquanto Yuki Tsunoda não brilhou exatamente. Isso consolidou a visão de que o problema era mais da Red Bull do que de Perez.


O próprio Checo comentou à Sky Sports: "É muito difícil para o segundo piloto se adaptar ao carro. É um carro muito único, com estilo de pilotagem muito específico que consegui sobreviver por muito tempo. Yuki e Liam marcaram sete pontos apenas. É muito complicado, e eles são pilotos fantásticos, mas é assim que se dirige - um estilo único. Às vezes eu conseguia me adaptar, mas com variáveis como chuva ou vento, tornava-se impossível de dirigir. Então você começa a cometer erros consecutivos, perde a confiança - mas mentalmente eu era super forte, por isso sobrevivi tanto tempo, mesmo com toda a pressão. Agora vocês percebem o trabalho que fiz naquele carro e equipe."


O valor comercial da dupla

Uma nova equipe precisa de boas parcerias para chegar ao topo na Fórmula 1, e o mexicano traz isso. Checo tem influência enorme no México, onde a audiência pela F1 cresceu exponencialmente. O GP do México se tornou um dos mais importantes e lucrativos do calendário, em parte pelo "fenômeno Checo". Pérez praticamente se tornou embaixador da F1 na América Latina, garantindo retorno de mídia, engajamento de fãs e ótimas relações com patrocinadores poderosos.


Valtteri Bottas, além do carisma revelado desde que saiu da Mercedes, abre espaço para o público finlandês e nórdico - um mercado menor que o mexicano, mas altamente premium. A Finlândia já teve ídolos como Häkkinen e Räikkönen, e Bottas mantém esse legado ativo. Embora não carregue "pacotes" milionários de patrocinadores nacionais como Checo, sua confiabilidade no paddock facilita investimentos empresariais sem receio de turbulências.


Cadillac fecha com Valtteri Bottas e Sergio Perez para a temporada de 2026. Foto: Cadillac F1 via X
Cadillac fecha com Valtteri Bottas e Sergio Perez para a temporada de 2026. Foto: Cadillac F1 via X

O mais interessante é que a Cadillac está com uma dupla que não tinha papéis de protagonista recentemente. Ambos são maduros o suficiente para ceder quando necessário, e a sintonia entre eles pode ser aliada para que a escuderia não inicie com conflitos de interesse. A ambição aqui pode não carregar o mesmo peso que teria com um veterano e um novato, criando um ambiente mais equilibrado para o desenvolvimento da nova equipe. Ainda sim, não se pode descartar a disputa interna entre 1º e 2º piloto, ou será que a escuderia não vai dar tanta moral assim para isso?


Em 2026, quando as novas regulamentações redefinirem o grid, ter dois veteranos que já viveram glórias e derrotas pode ser o diferencial entre uma estreia turbulenta e uma entrada sólida na F1. O tempo dirá se a estratégia da experiência superará a energia da juventude, mas uma coisa é certa: a 11ª equipe do grid não chegará despreparada para a briga.

Comentários


© 2024 Fala Driver´s. Todos os direitos reservados

  • Twitter
  • TikTok
  • Instagram
bottom of page