Cadillac fecha acordo com a Fórmula 1 e se torna a 11ª equipe da categoria

Nada de Andretti, mas pode entrar Cadillac! A Fórmula 1 anunciou, nesta segunda-feira (25), que aceitou o pedido da General Motors e dará continuidade ao processo para que a equipe se junte ao grid a partir de 2026.

Segundo o comunicado oficial da categoria:

A Fórmula 1 anunciou hoje que chegou a um acordo inicial com a General Motors (GM) para apoiar a entrada da GM/Cadillac como a décima primeira equipe no grid da Fórmula 1 em 2026. A Fórmula 1 manteve um diálogo com a General Motors e seus parceiros na TWG Global sobre a viabilidade de uma entrada, seguindo a avaliação comercial e a decisão tomada pela Fórmula 1 em 1º de janeiro de 2024. Ao longo deste ano, eles atingiram marcos operacionais e deixaram claro seu comprometimento em se tornar a décima primeira equipe, e que a GM entrará posteriormente como fornecedora de motores. A Fórmula 1, portanto, está satisfeita em prosseguir com o processo de inscrição e fornecerá mais atualizações no devido tempo.

GM/Cadillac entra na Formula 1 em 2026 - Foto: Reprodução Twitter

Greg Maffei, CEO e presidente da Liberty Media — empresa que detém os direitos globais de transmissão da F1 — destacou que a entrada da Cadillac é uma adição atrativa para a categoria:

Com os planos de crescimento da F1 nos EUA, sempre acreditamos que receber uma marca americana impressionante como a Cadillac no grid, e a GM como futura fornecedora de unidades de potência, poderia trazer valor e interesses adicionais ao esporte.

Já Stefano Domenicali, CEO e presidente da F1, reforçou o entusiasmo com a participação da General Motors e da Cadillac:

O comprometimento da General Motors e da Cadillac nesse projeto é uma importante demonstração da evolução do nosso esporte. Estamos animados para acompanhar o progresso e crescimento dessa inscrição, certos da total colaboração e apoio de todas as partes envolvidas.

Por último, Dan Towriss, CEO da TWG Global's Motorsport, comentou sobre a visão compartilhada para a F1:

Estamos animados com a parceria com a GM e a possibilidade de trazer uma presença dinâmica para a Fórmula 1. Juntos, estamos montando uma equipe mundial que vai personificar a inovação americana e entregar momentos inesquecíveis para os fãs da categoria ao redor do mundo. Agradecemos o apoio da FIA e da FOM (Formula One Management) em nossa aplicação e o reconhecimento do que podemos trazer ao campeonato.

E por mais que alguns achassem que Andretti teria alguma relação com a GM, o próprio negou qualquer envolvimento com o projeto, apesar de seu pai Mario, campeão mundial em 1978, ter sido nomeado como diretor-executivo da equipe. Na sua rede, Michael Andretti disse:

A Cadillac F1 é feita por um grupo de pessoas fortes que trabalharam sem descanso para construir uma equipe de fábrica americana. Estou muito orgulhoso do trabalho duro que colocaram nisso e parabenizo todos os envolvimentos neste grande próximo passo. Estarei torcendo por todos vocês.

Cadillac também fornecerá motores a partir de 2028 - Foto: Reprodução twitter

Uma pergunta justa: "Por que permitir a entrada de uma nova equipe neste momento?" A resposta, como tudo no mundo da F1, é complexa e envolve tanto questões legais quanto estratégicas.

Recentemente, o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) iniciou uma investigação sobre a rejeição inicial à entrada da GM/Cadillac, levantando suspeitas de práticas anticompetitivas. Para a Liberty Media, lidar com essa pressão não era ideal. Afinal, a GM é um ícone da indústria americana e um grande gerador de empregos nos EUA. Permitir sua entrada pode ter sido uma maneira de aliviar esse escrutínio, evitando possíveis multas ou sanções.

Mas a decisão não foi apenas sobre pressão legal. Ela reflete uma estratégia bem pensada para expandir o mercado norte-americano da F1, que já conta com três Grandes Prêmios no calendário. A presença da Cadillac tem tudo para aumentar o interesse pelo esporte por lá e, de quebra, agregar ainda mais valor às corridas - e para o bolso do país -.

Além disso, a chegada da GM traz oportunidades esportivas. A nova equipe adiciona dois lugares ao grid, o que já abriu uma série de especulações sobre quem ocupará esses assentos.

Tradicionalmente, equipes americanas demonstram interesse em contar com pilotos do país para fortalecer sua identidade e atrair ainda mais o mercado local. No passado, Michael Andretti, que liderou uma tentativa anterior de criar uma equipe americana, considerou Colton Herta como sua escolha principal. O piloto da IndyCar é uma grande promessa, mas enfrenta o desafio de obter sua superlicença para correr na F1, um obstáculo que tem impedido sua estreia até agora.

Outro nome que circula é Logan Sargeant, que já teve uma passagem pela Williams, mas enfrentou dificuldades com resultados inconsistentes e vários incidentes. Além dele, Jak Crawford, um jovem piloto da Fórmula 2 e atualmente parte do programa de desenvolvimento da Aston Martin na Fórmula E, pode surgir como uma opção promissora.

Curiosamente, a entrada da Cadillac pode ter implicações até mesmo para Felipe Drugovich, piloto reserva da Aston Martin. O brasileiro possui uma forte ligação com a GM, tendo competido pela montadora nas 24 Horas de Le Mans e com participação prevista para as 24 Horas de Daytona em 2025. Essa conexão pode torná-lo um nome interessante para compor a nova equipe no futuro.

Com tantas variáveis e interesses em jogo, a escolha dos pilotos será estratégica para equilibrar talento, identidade americana e potencial de resultados.

E tem mais! A Cadillac já está planejando se tornar fornecedora de motores em 2028. Enquanto isso, para começar a brincadeira, a nova concorrente vai acelerar com motores Ferrari, segundo informações da Associated Press (AP). Um passo ousado, mas estratégico — afinal, toda grande jornada começa com uma parceria certeira, né?

E mesmo que ainda seja muito cedo para pensar em nomes, fala aí Driver, quem você gostaria de ver pilotando um Cadillac no grid em 2026? Será que dá pra sonhar com outro brasileiro na vaga? 👀