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Dandismo negro e moda masculina: Lewis Hamilton recebe o Met Gala como co-anfitrião.

  • Foto do escritor: Giovanna Carvalho
    Giovanna Carvalho
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Dentro da cultura pop, a primeira segunda-feira do mês de maio é sempre muito esperada - isso porque ela recebe um dos maiores eventos do mundo da moda: o Met Gala -. Exclusivo para grandes personalidades da arte, do entretenimento e dos esportes, a noite reúne os maiores nomes da moda através dos seus melhores designs no Metropolitan Museum of Art, em Nova York.


E falar em moda e esporte nos leva imediatamente ao nome que une essas duas vertentes como ninguém: Lewis Hamilton.

Lewis Hamilton no Met Gala 2025  via X
Lewis Hamilton no Met Gala 2025 via X

Lewis, reconhecido por chamar atenção para suas combinações icônicas - dentro e fora dos paddocks - já participou do evento diversas vezes, em anos anteriores, mas nunca com a responsabilidade desta edição - sendo co-anfitrião da noite, juntamente com Colman Domingo, A$AP Rocky e Pharrell Williams.


Inspirado no livro Slaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity, de Monica L. Miller, o tema desse ano foi “Superfino: a alfaiataria do estilo negro” e focou no movimento cultural e estético do dandismo negro, que surgiu como uma forma de resistência e autoafirmação, onde homens negros adotavam uma postura de elegância e sofisticação, indo contra estereótipos raciais e reafirmando sua identidade e dignidade. A edição de 2025 marcou a primeira vez, em mais de duas décadas, que o evento se baseou na moda masculina.


Hamilton vestiu um Wales Bonner à medida, assinado pela designer - que, assim como ele, nasceu na Inglaterra e usa muito da sua descendência caribenha para colocar a cultura afro em destaque - e desenhado pelo estilista Eric J. McNeal, que revelou que cada detalhe foi pensado com intenção e que o processo criativo durou cerca de cinco meses - três de pesquisa e dois de execução -: “Nada foi feito às pressas. O que o torna especial é que não se trata apenas de moda, trata-se de significado. Lewis realmente queria que houvesse uma razão”.



Um conjunto - e uma história - sob medida

Segundo o próprio Hamilton, vestir-se é também um ato de resistência, identidade e espiritualidade. Ao ser perguntado sobre essa relação pela Vogue, o piloto reforçou a importância da moda na sua trajetória: “Quando eu era mais jovem, eu realmente sentia que precisava me encaixar, especialmente no mundo em que eu competia. Meu pai e eu éramos as únicas pessoas negras ali, então existia uma pressão real para nos encaixarmos. Mas, à medida que eu fui crescendo, percebi que eu encontrei um certo senso de identidade, ganhei confiança através da moda por meio do que eu vestia, da forma como podia me expressar. A partir dali eu embarquei nessa jornada e a moda realmente me ajudou a me tornar quem eu sou hoje”.


Lewis Hamilton no Met Gala 2025  via X
Lewis Hamilton no Met Gala 2025 via X

Seu figurino para a noite do evento foi baseado em simbologias que marcam a trajetória da cultura negra até aqui. Desde a cor marfim, associada à pureza e ao status, até os adornos, como as conchas de cauri, que representam conexão com os ancestrais e preservação de tradições geracionais - e eram usadas, historicamente, como moedas de troca em regiões da África e sul da Ásia - e o conjunto de pérolas de água doce, contas artesanais e diamantes cor de granada (as granadas também são uma referência à sua data de nascimento em janeiro), que representam o sagrado e o sofisticado.


Através de suas redes sociais, Lewis comentou sobre o traje que escolheu: “É difícil colocar em palavras o que significa ser co-anfitrião do Met deste ano. O tema deste ano fala sobre realeza, espiritualidade e o poder sagrado do adorno. Materiais como marfim e búzios não são apenas belos - eles carregam memória ancestral. São marcadores de identidade, proteção e reverência. Sou profundamente grato ao Costume Institute do Met, a Grace Wales Bonner, aos incríveis co-anfitriões e a todos que continuam a honrar o legado do dandismo negro” O piloto finalizou a postagem reafirmando: “Sempre estivemos aqui. Sempre fomos elegantes. E agora, somos vistos”.


Mais uma vez, as referências no seu look contam da sua trajetória e da sua identidade. Os elementos de suas roupas se unem e criam histórias, e Lewis, mais do que ninguém, é feito de histórias para contar. Usando a moda ao seu favor e fazendo com que ela acompanhe a sua narrativa, Hamilton mostra, novamente, que a sua influência está longe de se resumir somente às pistas.

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