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Do primeiro GP São Paulo à AMG Cup: A História de uma fotógrafa no automobilismo

  • Foto do escritor: Giovanna Carvalho
    Giovanna Carvalho
  • 25 de out. de 2024
  • 6 min de leitura

Não existe jeito melhor para descrever como Maria Fernanda Murgo se apaixonou ainda mais pelo automobilismo. Foi amor à primeira vista, ou melhor, à primeira pista. Depois de ir ao seu primeiro Grande Prêmio de São Paulo, ela decidiu que era nesse meio onde gostaria de estar. Chegou a trabalhar como fotógrafa e social media de uma das equipes de AMG Cup e, atualmente, faz questão de acompanhar várias categorias do motorsport bem de pertinho. Dessa vez, nós conversamos exclusivamente para saber como foram suas experiência nos GPs que já vivenciou aqui no Brasil em Interlagos e quais foram as mudanças que esses eventos trouxeram para sua vida - pessoal, profissional e, claro, de fã de Fórmula 1.


GP SÃO PAULO
Maria Fernand em Interlagos no GP SÃO PAULO - Fonte: Maria Fernanda, arquivo pessoal

P: Você já foi no Grande Prêmio de São Paulo? Se sim, você pode contar pra gente um pouco da sua experiência?


R: Eu fui duas vezes, em 2022 e 2023. Foi uma das experiências mais incríveis da minha vida. A primeira vez que eu fui – em 2022 – eu fui sozinha. Falei pra minha amiga assim: "Amiga, você vai?" e ela falou que ia com o marido dela. No final das contas, fui sozinha. Conheci umas pessoas em grupos, que iam mulheres sozinhas, e a gente fechou um Airbnb e tomou um calote. No fim, a gente acabou com uma abençoada que morava do lado do autódromo, a gente ia e voltava a pé. Sabe quando tudo se encaixa pra ser perfeito? Ali, tudo encaixou pra ser perfeito. Então eu consegui aproveitar muito, curti tudo o que eu tinha pra curtir, vi tudo que eu tinha pra ver. Fiz muitas amizades maravilhosas… Passei vergonha naquele negócio de ter que invadir a pista (risos).Na primeira vez que eu fui, eu fui no setor M.


Como eu fui sozinha, meu pai achou que era um setor "mais seguro", então eu fiquei bem de frente para os boxes. Minha visão era muito boa. Eu levei minha câmera, tirei muitas fotos incríveis, que eu guardo de recordação. Acho que foi uma experiência única, inesquecível… Tanto que fez o meu amor pelo automobilismo crescer. Foi aí que eu falei: "Não, agora daqui eu não saio mais" e ali eu fiquei.Tanto que, no ano passado, eu acabei indo, assisti a várias categorias diferentes e fui na Fórmula 1 de novo, dessa vez na arquibancada A, e levei o meu pai. Foi mais inesquecível ainda, porque foi meu pai que me apresentou à Fórmula 1, então estar com ele lá foi surreal, foi um sonho, um misto de emoções. Lembro que, na primeira vez, eu liguei pra ele por vídeo pra mostrar: "Pai, eu tô aqui, eu não tô acreditando" e eu estava muito emocionada. Então, na segunda vez, poder levar ele para assistir comigo foi assim… incrível.

GP SÃO PAULO
Fotos autorais de Maria no GP SÃO PAULO - Arquivo Pessoal

P: Qual foi o momento mais marcante para você quando vivenciou o GP de São Paulo pela primeira vez?


R: A primeira vez foi realmente estar lá, sabe? Quando você chega, eu subi a escada e olhei, quando eu vi a reta, pensei: "Cara, é isso que eu vejo na televisão" e, de repente, é tudo muito real, os carros ali são muito reais, os pilotos passando ali são muito reais. Teve uma hora que o Albon passou ali, e alguns outros pilotos antigos passaram por trás da gente na arquibancada M. Poder ver eles de perto deixava tudo muito real. Você realmente fica em choque, sabe? Demora pra cair a sua ficha de que realmente aconteceu.Teve também o pódio do Russell, primeira vitória dele. Foi emocionante, foi lindo. Eu ainda, como mercedista, fiquei sem palavras. Foi simplesmente surreal viver aquilo, além de estar com pessoas que hoje fazem parte da minha vida, amigos que eu fiz lá, meu pai, o ambiente... Você poder realizar um sonho e estar ali pra viver tudo aquilo, não tem preço.


P: Das suas experiências no GP de São Paulo, o que você faria igual e o que você faria diferente, hoje, pra aproveitar mais o evento?


R: Na primeira vez que eu fui, eu queria ir super bonita, super arrumada e tudo mais. Eu fui com roupas confortáveis, mas não fui com sapatos tão confortáveis assim. Eu fui com uma bota e levei um tênis. Quando choveu, meu tênis ficou ensopado, então eu já não podia mais usar ele no dia seguinte – uma dica que eu dou: levem uma capinha pra pôr no tênis, porque o pé molhado é muito ruim, você fica incomodado com aquilo. Vá confortável, com uma roupa que dê pra aproveitar – pode ser estilosa, mas preze pelo conforto. Além disso, cuide-se com protetor, beba bastante água pra se hidratar, e coma alguma coisa. Aproveite bastante o evento, mas com cuidado.É muito bacana também aproveitar tudo o que acontece no seu setor, todas as atividades. Então, quando não tiver carro na pista, vai dar uma passeada. Tem vários simuladores, várias coisas acontecendo ao mesmo tempo, e esse ano ainda, acho que vai ter muito mais com a fanzone.


P: O que, pra você, torna o GP de São Paulo mais especial do que os outros? Tirando o fato, claro, de ele ser no nosso país?


R: Eu acho que é inesquecível por vários motivos, inclusive ser em casa. Tem o S do Senna, essa coisa de ser onde o Senna correu, o legado, parece que você vive, que tem um pouquinho do brasileiro ali. Por mais que não tenha atualmente – se Deus quiser vai ter logo logo – brasileiros no grid, você sente esse calor, é diferente. Eu nunca fui fora, aposto que deve ser incrível, mas o brasileiro realmente tem essa coisa de fazer o evento acontecer, então acho que é isso, o calor, a emoção. É você estar perto de pessoas que te inspiram, talvez com seu pai ou sua mãe, ou alguém que te levou a assistir à Fórmula 1, e estar ali com eles vivendo tudo isso junto com você deixa tudo inesquecível, traz uma emoção.Tem o busto do Senna lá também, lindo, que você pode visitar. Tem tanta coisa que faz o GP ser mais especial. Então acho que é isso, o Brasil tem essa coisa, esse tempero… tem o molho né, como se diz hoje em dia.


P: E quais são suas expectativas para nossa corrida depois dessa temporada maluca?


R: Eu espero de tudo! Eu acho que a corrida do Brasil é diferenciada. Por exemplo, acho que foi em 2022, que o Max tava indo super bem e aconteceu alguma coisa e, no fim, a Mercedes acabou mudando tudo. Querendo ou não, chega aqui no Brasil, às vezes vai ter um pódio muito diferente do que a gente espera. Por exemplo, ano passado teve até a situação do Leclerc, né, que nem na volta de apresentação rolou…Quem esperava, no ano passado, a questão do Alonso, ele e o Perez passaram bem pertinho. Acho que é isso, sabe, a corrida brasileira entrega muita coisa que a gente não tá esperando. Lógico que torço muito pra minha Mercedes ir bem, amo a Ferrari também, mas acho que pode ter mudanças aí, entendeu? Acho que pode dar McLaren esse ano.E vai que – tô jogando aqui – vai que o Colapinto consegue um bom resultado aqui, que ele tá perto da casa dele, né (risos), e vai ter muito argentino. Acho que o ambiente vai estar muito diferente, vai que rola alguma coisa? Entregando uma corrida boa, bonita, eu tô aqui pelo entretenimento!


P: Se você pudesse deixar três dicas pra quem vai pro GP esse ano, quais seriam?


R: Vá realmente confortável e aproveite! Dá pra você aproveitar muito. Tente assistir em vários lugares no seu setor ao longo do dia. Uma hora você encontra um lugar que é "seu", que vai ser melhor, o lugar perfeito pra você assistir.Se cuidem! Se hidrate, passe protetor solar, leve uma mochila pra poder colocar suas coisas, confira o regulamento pra levar só o que é permitido e não passar sufoco na hora que chegar lá. Chegue cedo. Dependendo do setor, tem alguns que lotam, então se você quer ficar tranquilo, chegue cedo ou faça amigos que cheguem mais cedo pra guardar lugares legais.E curtam! Curtam esse momento. Você volta pra casa sem conseguir dormir direito, sua cabeça fica a mil, então use essa energia pra aproveitar. Sempre tem gente que arruma briga, bebe demais e vai querer chamar atenção, mas não ligue pra isso, ligue pra realização do seu sonho que é estar ali e ver os carros de perto, ver os pilotos correndo, isso é o que importa.

O GP de São Paulo, marcado para começar em 1º de novembro, carrega uma rica história e várias curiosidades que tornaram o autódromo de Interlagos e o evento em si icônicos para a Fórmula 1. Desde a primeira corrida oficial de F1 no Brasil em 1973, Interlagos tornou-se conhecido por sua pista desafiadora, com curvas de alta dificuldade e uma combinação única de subidas e descidas que exigem ao máximo o desempenho dos carros e a habilidade dos pilotos.


Para os brasileiros, o GP tem um significado especial, muito por conta do legado de Ayrton Senna, que venceu em 1991 em uma das corridas mais emocionantes da história. Senna, que sempre sonhou em ganhar em casa, lutou contra problemas mecânicos nas últimas voltas, guiando praticamente sem a terceira e a quinta marchas para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.


Além da tradição, o evento traz a popular Sprint Race, uma corrida curta no sábado que adiciona ainda mais ação ao final de semana. Em uma pista que já proporcionou grandes surpresas, o formato sprint promete adicionar uma camada extra de imprevisibilidade, dando ao público uma prévia de domingo.


O GP de São Paulo uma das etapas mais aguardadas da temporada, e os brasileiros, com todo seu calor,estão mais que prontos para pisar em Interlagos.

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