Duelo interno da McLaren esquenta no Canadá com toque polêmico entre Piastri e Norris
- Maria Eduarda
- 18 de jun.
- 4 min de leitura
O GP do Canadá, realizado neste domingo (15) no tradicional circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, começou em ritmo morno, mas terminou em alta voltagem graças a um ingrediente inesperado: o duelo interno da McLaren. A batida entre Lando Norris e Oscar Piastri, que resultou no abandono do britânico a poucas voltas do fim, roubou os holofotes de uma corrida que até então caminhava sob controle absoluto da Mercedes.
De acordo com a organização da prova, mais de 352 mil pessoas acompanharam o evento ao longo dos três dias. George Russell teve um desempenho consistente: largou na pole, manteve o controle da corrida e cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, com a volta mais rápida do domingo. A Mercedes ainda teve motivos extras para comemorar com o terceiro lugar do jovem Kimi Antonelli, que subiu ao pódio pela primeira vez e foi eleito o “piloto do dia”. Com esse resultado, Toto Wolff foi embora com um sorriso de orelha a orelha, claramente satisfeito com o desempenho da equipe em Montreal.
Mas foi mesmo a McLaren quem protagonizou o momento mais comentado do dia.
Norris e Piastri se chocam na reta final
Até a volta 65, a corrida seguia seu curso com poucas surpresas. Max Verstappen, em atuação estratégica, mantinha um garantido segundo lugar. As atenções, porém, se voltaram para a briga interna da McLaren, quando Lando Norris, com pneus mais novos, partiu decidido para cima de Oscar Piastri na luta pelo quarto lugar.
Depois de ensaiar algumas tentativas e até ultrapassar brevemente o companheiro na curva 10, o britânico apostou tudo em uma manobra ousada na reta principal. Na curva 1, tentou a ultrapassagem pelo lado externo, mas tocou o pneu traseiro do carro de Piastri. O resultado foi desastroso: suspensão danificada, bico quebrado e abandono imediato para Norris, abrindo mão dos 10 pontos que somaria na quinta posição.
Confronto direto
Faltando apenas uma etapa para o encerramento da primeira metade da temporada, Piastri lidera o campeonato com 22 pontos de vantagem sobre Norris, que assumiu total responsabilidade pelo erro em Montreal.
“Não esperava que fosse possível ultrapassá-lo por fora na curva 1. Foi um risco muito grande, especialmente se tratando de um companheiro de equipe. Felizmente, nada aconteceu com ele, mas paguei o preço pelo meu erro”, declarou o britânico, visivelmente frustrado.
A tensão na McLaren cresce em paralelo ao sucesso. Com dois pilotos em busca do título, a equipe de Woking precisa encontrar o equilíbrio entre permitir disputas justas e evitar colisões que comprometam resultados, e a harmonia interna.
Para o chefe de equipe Andrea Stella, a postura de Norris foi fundamental para preservar o ambiente saudável no time. “Cabe a nós, como equipe, mostrar nosso total apoio a Lando. A situação seria diferente se ele não tivesse assumido a responsabilidade e pedido desculpas. Isso é apenas o resultado de um erro de cálculo, um julgamento equivocado do ponto de vista de corrida, o que obviamente não deveria acontecer, mas ao mesmo tempo faz parte.”
Stella também destacou a necessidade de aprendizado e diálogo para evitar que situações semelhantes se repitam. “Nos próximos dias, teremos de analisar o que é necessário para garantir que, quando formos correr, preservemos as margens necessárias. Teremos conversas e as conversas podem ser até difíceis. Mas elas acontecerão quando estivermos descansados e calmos e tivermos a possibilidade de aproveitar todos os aprendizados.”
Enquanto a McLaren se resolve…
A Mercedes volta à briga com Russell embalado pela vitória e Antonelli provando estar à altura do desafio. Na Red Bull, Max Verstappen fez o possível com o que tinha e terminou em segundo. Já Yuki Tsunoda teve um fim de semana difícil: punido por ultrapassagem com bandeira vermelha no último treino livre, largou do fundo do grid e chegou apenas em 12º. A equipe austríaca ocupa agora a quarta colocação no Mundial de Construtores, atrás da Ferrari.
Falando na equipe italiana, a Ferrari teve um domingo discreto em Montreal, sem encontrar ritmo ou estratégia eficaz para brigar pelas primeiras posições. E se as marmotas já viraram personagens habituais do circuito Gilles Villeneuve, uma delas protagonizou uma cena inusitada e um fim trágico: foi atropelada por Lewis Hamilton durante a corrida. O britânico seguiu na prova, mas relatou que, a partir do impacto, perdeu cerca de 0,5 segundo por volta, o que prejudicou sua performance e impediu uma melhor colocação.
Na Kick Sauber, Gabriel Bortoleto cruzou a linha de chegada em 14º, enquanto Nico Hulkenberg se destacou com uma estratégia bem executada e garantiu pontos importantes ao terminar em oitavo.
Próxima parada: Red Bull Ring
A Fórmula 1 volta de 27 a 29 de junho, com o GP da Áustria, no circuito de Spielberg. Será a 11ª etapa da temporada 2025 e pode marcar novos desdobramentos na disputa acirrada pelo topo da tabela.
Depois do que se viu em Montreal, uma coisa é certa: na McLaren, a luta pelo título agora tem nome e sobrenome, e vem em dose dupla.
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