Flavio Briatore reassume a posição de chefe de equipe da Alpine após saída de Oliver Oakes.
- Monique Mavillyn
- 8 de mai.
- 3 min de leitura
A Alpine parece estar criando uma nova tradição no que diz respeito à direção da equipe. O começo dessa oscilação interna foi em meados de 2008, quando quem assumia a vaga era Flavio Briatore — até o escândalo conhecido como Crashgate (ou Singapuragate), no qual ele esteve diretamente envolvido, vir à tona.
Ninguém está a fim de manchar o nome da scuderia dentro da Fórmula 1, então tudo se encaminhou para a renúncia do britânico em 2009. Foi aí que Bob Bell, engenheiro que havia sido diretor técnico durante o bicampeonato de Fernando Alonso, assumiu interinamente a liderança. Mas não por muito tempo: já no ano seguinte, Éric Boullier foi nomeado oficialmente chefe da equipe, posição que ocupou até 2011.
A dança das cadeiras continuou. Em 2016, com a escuderia retomando o nome Renault, Frédéric Vasseur foi o escolhido para liderar a nova fase. Só que o acordo durou pouco: ele deixou o time no fim do mesmo ano após divergências com Cyril Abiteboul — que já fazia parte da estrutura desde 2014 e logo assumiu o comando, permanecendo até 2020, quando encerrou sua passagem com um honroso quarto lugar no campeonato.
Mas a instabilidade não parou por aí. Na verdade, ela só se intensificou. Os anos seguintes viraram um verdadeiro “tira casaco, bota casaco, pega casaco” que só a Alpine parece saber coreografar.
Com a adoção oficial do nome Alpine em 2021, o cargo de chefe de equipe nem existia. As funções foram divididas entre o CEO Laurent Rossi, o diretor executivo Marcin Budkowski e o diretor de corridas Davide Brivio. Três cabeças para um volante só.
Foi só em 2022 que a equipe voltou a ter um único nome à frente: Otmar Szafnauer, ex-Force India, que comandou até agosto de 2023. A demissão veio após uma sequência de desempenhos fracos — o suficiente para que Bruno Famin, então vice-presidente, assumisse interinamente até agosto de 2024, quando Oliver Oakes, ex-Hitech, foi contratado.
E qual seria a próxima peça a cair? Novamente, o chefe principal da equipe.
Recentemente, Oakes saiu do cargo bem no momento em que Jack Doohan foi rebaixado para piloto reserva da escuderia, fazendo Franco Colapinto reacender temporariamente como à dupla de Pierre Gasly.
Parece que as coisas estão meio conectadas? Pode até ser. Mas, Briatore, que retorna à mesma posição que ocupava há mais de 15 anos, comentou que foi puramente por “razões pessoais” e que mantém seu forte relacionamento com Oakes.
"Muita coisa foi dita nas últimas 24 horas, associando incorretamente a decisão de Oli de se demitir a um suposto desentendimento, ou que tínhamos opiniões diferentes. Isso é completamente falso e está longe da verdade. Eu e Oli temos um relacionamento muito bom e temos ambições de longo prazo de levar essa equipe adiante juntos. Os motivos não estão relacionados à equipe e são de natureza pessoal. Continuarei a me envolver cada vez mais com a equipe, juntamente com a forte gestão que já temos. Trabalharemos duro para melhorar nossa posição nesta temporada e nos preparar para 2026.", disse Briatore em um comunicado publicado em conjunto com a conta oficial da equipe Alpine no Instagram.
Da outra parte, Oli também afirmou que foi um “privilégio” ter passado esse tempo com a equipe francesa e “ter liderado todos em Enstone”
"É uma decisão pessoal minha me demitir. O Flavio tem sido como um pai para mim, sempre me apoiando desde que assumi o cargo, além de me dar a oportunidade. Todos estão prontos para 2026 e onde esse sonho merece estar. Eu acredito em Enstone." Disse ele ao canal oficial da Fórmula 1.
Diante de tantas trocas em tão pouco tempo, uma pergunta inevitável continua no ar:
Quando será a próxima dança das cadeiras?
Comentários