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Luz, câmera e ação: um review sobre o filme F1

  • Foto do escritor: Giovanna Carvalho
    Giovanna Carvalho
  • 3 de jul.
  • 3 min de leitura

Como uma boa fã de cinema — e uma ainda maior de automobilismo — eu fiquei extremamente ansiosa quando anunciaram o filme da F1. No começo desta semana, tive a oportunidade de sair para finalmente assistir, e confesso que a produção me deixou admirada.


A minha primeira impressão — e acho que a mais importante também — foi que o público-alvo desse filme não são os fãs da Fórmula 1. Mas eu não vejo isso como algo ruim — muito pelo contrário, acho que pode ser uma boa porta de entrada para que mais pessoas se interessem e comecem a acompanhar o esporte mais a fundo. E eu acho que, no fim, essa era mesmo a intenção: entreter, sem carregar o peso de precisar ser uma cópia fiel do esporte.


A trama não é profunda, nem muito real, mas é interessante o suficiente para te prender. Os visuais são nada menos que extraordinários, e a trilha sonora é daquelas que te fazem procurar as músicas para escutar no seu dia a dia.


Se você não ficar preso ao regulamento — e nem tentar procurar cada coisinha diferente entre as corridas reais e as fictícias — é um filme que dá pra realmente aproveitar. Além disso, ele é cheio de referências muito legais — tanto a grandes pilotos que já correram quanto a acontecimentos e corridas que marcaram a história da Fórmula 1.


Sem contar que foi muito engraçado ver os próprios pilotos e os chefes de equipe arriscando na atuação — e o fato de o filme ter sido gravado no meio do ambiente das corridas torna tudo ainda mais interessante pra mim.

Foto: F1 MOVIE via X
Foto: F1 MOVIE via X

A conta e risco é de vocês a partir de agora — não me responsabilizo por spoilers. =)


Desde o começo, a mensagem passada é muito clara: por mais individualista que possa parecer, a Fórmula 1 ainda é um esporte coletivo — e muito, por sinal. A rivalidade entre os teammates no início me passou uma vibe meio Brocedes 2016 — o que me trouxe alguns flashbacks de guerra —, mas o desenvolvimento da relação entre eles e a equipe, até o fim do filme, me deixou muito satisfeita. Por mais clichê que pareça, acho que esse foi meu ponto favorito da história.


Isso se a gente não contar a videografia, que me lembrou o tempo inteiro que a Fórmula 1 é o esporte mais bonito do mundo — opinião que, claramente, não deve ser considerada nem um pouco enviesada.


Por outro lado, a presença feminina no filme me deixou um tanto quanto desapontada, já que todas as personagens mulheres parecem ser um estereótipo ambulante. A única mecânica da pit crew é retratada como atrapalhada e estraga um dos pit stops da equipe. Kate, que é a primeira diretora técnica de uma escuderia na Fórmula 1, recebe mais destaque como interesse romântico de Sonny Hayes do que pelo seu cargo. E, por fim, a mãe de Joshua, o piloto novato, é totalmente alheia ao mundo das corridas — o que me parece uma piada por si só.


Não é algo que descredibiliza o quanto eu gostei do filme, mas me parece um passo para trás, principalmente num cenário em que a presença feminina se torna cada vez mais constante dentro do automobilismo. É um tanto quanto difícil de digerir que foi dessa maneira que decidiram retratar mulheres que tinham potencial para serem personagens muito mais relevantes dentro do roteiro.


Ainda assim, o filme me chamou atenção desde o começo e conseguiu me segurar até o fim. Fiquei nervosa nas disputas de posição e me peguei torcendo para uma equipe fictícia vencer a minha.


Então, minha consideração final é: se você levar em conta que o filme não é um documentário, e sim uma ficção, e for assistir sem a expectativa de receber um retrato fiel das corridas, a experiência fica muito mais legal — e o ingresso vale, sim, a pena.

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