Mamma Mia! Siamo tornati in Italia: e para mais uma triple header na Fórmula 1
- Giovanna Carvalho
- há 15 horas
- 6 min de leitura
Uma semana de pausa para três semanas de corridas, uma viagem para o continente europeu e algumas novidades do grid. Parece ser a receita perfeita para o sucesso - ou pelo menos para uma boa dose de entretenimento, não? -.
Depois de uma dobradinha dupla e de uma vitória maiúscula da McLaren em Miami - onde, no domingo, os pilotos papaya colocaram quase 40 segundos (+37.644s) para o terceiro colocado, George Russell -, a Fórmula 1 atravessa os mares e desembarca na Itália para o Grande Prêmio da Emilia-Romagna, que dá início a rodada tripla europeia.
Emilia-Romagna, Mônaco e Barcelona… It’s lights out and away we go!
Os números não mentem…
Com o triunfo em Miami, Oscar Piastri conquistou a sua sexta vitória na categoria e a quarta deste ano. Nos últimos 50 anos, todos os pilotos que venceram quatro das seis etapas iniciais se consagraram campeões ao final da temporada - na verdade, todos com exceção de Niki Lauda em 1976, que se consagrou vice, após abandonar a última corrida do calendário voluntariamente, por conta das condições climáticas péssimas durante a etapa -.
E apesar de ser muito cedo para cantar o campeão, vale a discussão, enquanto enxergamos a McLaren como grandes favoritos dentre os construtores - e a escuderia já abre 105 pontos de vantagem para a segunda colocada, Mercedes - já podemos considerar, também, Oscar Piastri, como o favorito para o título dos pilotos?
Das 330 voltas disputadas até agora, Oscar liderou 168 - enquanto o resto do grid, somados, lideraram as 162 restantes -. Caso mantenha o excelente ritmo, o australiano pode se tornar o primeiro campeão inédito em oito anos, quebrando as dominâncias de Lewis Hamilton (2017-2020) e, a mais recente, de Max Verstappen (2021-2024).
ZOOM IN no circuito
Localizado em Imola, o Autódromo Internacional Enzo e Dino Ferrari é um dos mais tradicionais e emblemáticos da Fórmula 1. A primeira corrida oficial como parte do calendário aconteceu em 1981, quando a etapa ainda era o Grande Prêmio de San Marino - como ficou conhecida até 2006 -.
O circuito se ausentou da categoria por alguns anos e voltou em 2020 como a corrida que conhecemos hoje: o Grande Prêmio de Emilia-Romagna. O traçado é um dos poucos europeus que segue no sentido anti-horário. Com 4.909 km de extensão e 19 curvas - 10 para a direita e 9 para a esquerda - o circuito é conhecido pela sua baixa margem de erros devido a poucas áreas de escape.

Em Imola, é tudo uma questão de equilíbrio entre técnica e precisão - aqui, mais do que em qualquer outra pista, qualquer erro pode custar caro… E isso é a Fórmula 1 na Itália .
Apesar da etapa old school ser uma das favoritas dos fãs e dos próprios pilotos, podemos estar diante da última etapa na Emilia-Romagna por um tempo. Isso porque, o contrato do circuito no calendário da Fórmula 1 termina no final de 2025 e, até agora, não houveram indícios de que seria renovado. Stefano Domenicali, CEO da F1, disse ao La Gazzetta dello Sport que deve tomar uma decisão em breve, mas com Monza tendo contrato até 2031 e mais de 30 outras regiões demonstrando interesse em sediar uma corrida da categoria, parece mesmo um “até logo” para a etapa de Imola:
“A Itália sempre foi uma parte importante da F1 e isso não vai mudar no futuro. Mas será cada vez mais difícil organizar duas corridas no mesmo país devido ao crescente interesse na F1. Ímola e Monza não podem permanecer juntas no calendário por muito mais tempo. Não vai ser fácil do ponto de vista humano, mas tenho um papel internacional a desempenhar e há todas essas solicitações de todo o mundo, de países que poderiam ajudar a F1 a crescer. Terei de tomar uma decisão clara sobre isso em breve”.
O bom filho à casa torna
Imola com certeza representa um marco importante para a promessa da Mercedes, Kimi Antonelli. O piloto, natural de Bolonha, na Itália, vai correr sua primeira home race como piloto da Fórmula 1 a apenas 30 minutos da cidade onde cresceu. Além disso, é o primeiro representante italiano no grid desde Antonio Giovinazzi, em 2021, e os fãs parecem muito animados para receber o jovem talento na “sua casa”.
Kimi declarou: “Estou super empolgado para correr diante do público italiano, a energia e a atmosfera vão ser incríveis. Estou tentando me manter calmo no momento e não pensar muito nisso, porque sei que, quando o momento chegar, vou estar com borboletas no estômago e provavelmente bastante nervoso! Os fãs simplesmente adoram essa pista, mas vou encarar como qualquer outra corrida - estou apenas tentando continuar a fazer cada vez melhor”.
Antonelli correrá com uma pintura especial no seu capacete, fazendo uma homenagem a Ayrton Senna. E, segundo o Corriere di Bologna, convidou seus colegas de classe e sua coordenadora para assistirem a corrida deste fim de semana. É muita emoção para uma etapa só!


Para estar à altura de uma corrida importante, a Mercedes vai trazer, em Ímola, um pacote de atualizações para aumentar o downforce dos carros e diminuir o superaquecimento de pneus. Os upgrades contam com um novo assoalho e entradas de ar dos freios traseiros redesenhadas, além de atualizações mecânicas que foram pouco comentadas.
Todo mundo quer dominar a Itália
Mas dentro da Fórmula 1, nem todos conseguem. Chegar na Itália com a categoria é sempre um evento à parte para os ferraristas e, depois de um começo de temporada difícil, a equipe busca redenção e mira melhoria para sua primeira home race do ano.
Frederic Vasseur, chefe da escuderia, previu há algumas semanas que a Ferrari traria as primeiras atualizações do carro em Ímola: a princípio, apenas algumas mudanças aerodinâmicas, com o restante do pacote planejado apenas para Barcelona, onde as novas normas sobre as asas dianteiras devem ser efetivadas.
“Desde o último grande prêmio temos trabalhado intensamente em Maranello, cuidando de cada detalhe antes da próxima corrida, com o objetivo de maximizar o potencial do nosso pacote e colocar Charles e Lewis na melhor condição possível para se expressarem em uma pista exigente. Poderemos contar com o apoio de nossos fãs italianos, e estamos muito felizes com isso”.
Fãs italianos esses que, independente da fase, parecem cada vez mais devotos à instituição Ferrari. Agora, o objetivo da escuderia é claro e apenas um: tentar devolver o apoio e todo o amor dos seus entusiastas com resultados em pista.
A instabilidade Alpine e a dança das cadeiras
Imola também marca a estreia - ou reestreia - de um piloto muito querido pelo público como parte integral do grid. Antes disso, a troca de Jack Doohan, que já vinha sendo pauta desde o começo da temporada - parecia iminente depois do DNF em Miami, e, durante a semana seguinte ao Grande Prêmio, foi anunciado que o australiano voltaria ao seu cargo inicial de piloto reserva e de testes da escuderia.
Enquanto isso, Franco Colapinto foi anunciado como seu substituto, e, apesar do entusiasmo, também está sob observação e depende exclusivamente dos resultados das próximas cinco corridas para manter seu lugar. Em comunicado oficial, o argentino disse:
“Estou muito animado em chegar a um fim de semana de corrida pela primeira vez desde dezembro. Sou muito grato por esta oportunidade, e agora tenho que acelerar e mostrar o que sou capaz de fazer com essa oportunidade. A Itália é um lugar muito especial para mim por uma série de razões. Foi onde eu fiz minha estreia na Fórmula 1 no ano passado (como piloto Williams) E, agora, vou para Ímola para minha primeira corrida pela Alpine”.
Mas a dança das cadeiras não acontece só nas pistas, mas também no backstage, e Franco se une à equipe francesa em um momento delicado, mas não incomum. Com o histórico de instabilidade, mais uma vez a Alpine perde seu chefe de equipe: Oliver Oakes, que estava no comando, renunciou ao cargo. Flavio Briatore - que foi chefe de equipe pela última vez há mais de 15 anos - é quem assume a posição temporariamente: “Continuarei a me envolver cada vez mais com a equipe, juntamente com a forte gestão que já temos. Trabalharemos duro para melhorar nossa posição nesta temporada e nos preparar para 2026”.
Pois é Alpine, o último a sair apaga a luz…
Os maiores na Emilia-Romagna
A Ferrari é a equipe que conta com mais triunfos no circuito, com Didier Pironi em 1982, Patrick Tambay em 1983 e Michael Schumacher - o maior vencedor da história da etapa - em 1999, 2000, 2002, 2003, 2004 e 2006. Lewis Hamilton, agora também piloto Ferrari, é quem mantém o recorde de volta do circuito, com 1:15.484, marcado na etapa de 2020.
Relembrando a última etapa
Em 2024, a vitória ficou nas mãos de Max Verstappen, com Lando Norris terminando em segundo e Charles Leclerc em terceiro - exatamente como tinham classificado no grid, no dia anterior -.. A volta mais rápida e o ponto extra - ainda em vigor naquela etapa, ficaram com George Russell, que marcou 1:18.589 na volta 59.
Os horários do Grande Prêmio da Emilia-Romagna

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