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Multas milionárias e licenças suspensas; FIA anuncia punições mais severas para pilotos da Formula 1 a partir de 2025

  • Foto do escritor: Giovanna Carvalho
    Giovanna Carvalho
  • 29 de jan.
  • 4 min de leitura

Depois de se envolver em diversas polêmicas em relação a punições de pilotos durante as corridas de 2024, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou, antes mesmo da nova temporada começar, que a partir desse ano as penalidades devem ser muito mais severas.

Quem não se lembra de Max Verstappen tendo que participar de trabalho voluntário depois do GP do Azerbaijão, no ano passado? Naquela ocasião, a FIA havia proibido o uso de palavrões durante suas transmissões oficiais e o piloto acabou xingando o seu carro durante uma das coletivas de imprensa, resultando em sua punição. O holandês se mostrou muito descontente com a situação e mais tarde, durante o GP de Singapura, deu respostas monossilábicas para a imprensa oficial da Fórmula 1 e atendeu os jornalistas do lado de fora, no paddock, como forma de protesto.

Kym Illman//Getty Images
Kym Illman//Getty Images

Além de Max Verstappen, os demais pilotos se mostraram contrários às novas proibições e expressaram publicamente sua posição. Eles criaram um perfil oficial no Instagram para a Associação de Pilotos de Grandes Prêmios (GPDA), onde divulgaram uma nota oficial questionando a cobrança excessiva da FIA sobre o assunto.


Na íntegra, a publicação dizia:

“Como acontece em todos os esportes, os competidores devem acatar a decisão do júri, quer gostem ou não, quer concordem ou não com ela. É assim que o esporte funciona. Os pilotos (nossos membros) não são diferentes e entendem isso perfeitamente.


Nossos associados são pilotos profissionais que correm na Fórmula 1, o auge do automobilismo internacional. Eles são gladiadores e, a cada fim de semana de corrida, fazem um grande espetáculo para os fãs. Com relação aos palavrões, há uma diferença entre os palavrões com intenção de insultar os outros e os palavrões mais casuais, como os que podem ser usados para descrever o mau tempo ou mesmo um objeto inanimado, como um carro de Fórmula 1, ou uma situação de pilotagem.


Pedimos ao presidente da FIA que também considere seu próprio tom e linguagem ao falar com nossos pilotos membros, ou mesmo sobre eles, seja em um fórum público ou não. Além disso, nossos membros são adultos e não precisam receber instruções da mídia sobre assuntos tão triviais como uso de jóias e cuecas.


A GPDA expressou, em inúmeras ocasiões, sua opinião de que as multas em dinheiro aos pilotos não são apropriadas para o nosso esporte. Nos últimos três anos, pedimos ao presidente da FIA que compartilhasse os detalhes e a estratégia sobre como as multas financeiras da FIA são alocadas e onde os fundos são gastos. Também transmitimos nossas preocupações sobre a imagem negativa que as multas financeiras trazem para o esporte. Mais uma vez, solicitamos que o presidente da FIA ofereça transparência financeira e um diálogo direto e aberto conosco.”


Na época, nenhum representante da FIA se manifestou ou respondeu publicamente. Agora, a federação busca garantir que a situação não se repita, adotando punições bem mais severas do que o simples trabalho voluntário, além de aumentar o valor das multas financeiras.


Pilotos de qualquer categoria monitorada pela FIA que quebrarem as diretrizes podem ser multados em uma quantia que varia de 10 a 30 mil euros, com o valor multiplicado por quatro no caso de pilotos da Fórmula 1, dependendo da frequência das infrações. Além disso, as punições agora podem impactar diretamente os resultados das corridas, se assim a FIA decidir, uma vez que, além das multas substanciais, os pilotos podem ter pontos retirados no campeonato e até ter suas licenças suspensas por um período determinado.


No entanto, essas punições não dizem respeito apenas ao uso de palavrões e a “má conduta” dos pilotos. Também serão penalizados aqueles que fizerem comentários ou se manifestarem sobre política, religião ou assuntos pessoais, uma vez que tais declarações “violam o princípio geral de neutralidade promovido pela FIA”.


Em 2022, o presidente da FIA, Mohammed Bin Sulayem, já havia causado polêmica com uma declaração sobre o ativismo de pilotos em causas sociais. Em trecho de uma entrevista à Sports Illustrated, ele disse:


Niki Lauda e Alain Prost só se importam em pilotar. Agora, Vettel anda em uma bicicleta de arco íris, Lewis é apaixonado por direitos humanos e Norris fala sobre saúde mental. Todos têm o direito de pensar, mas para mim, é sobre decidir se devemos impor nossas crenças em detrimento do esporte o tempo todo.
Mohammed Ben Sulayem has been in place at the head of the FIA since the end of 2021 Credit: Getty Images
Mohammed Ben Sulayem has been in place at the head of the FIA since the end of 2021 Credit: Getty Images

Dessa vez, nenhum dos pilotos ou a GPDA se manifestaram sobre as novas regras da federação, mas o assunto recebeu grande repercussão nas redes sociais, principalmente entre os fãs da categoria - que não deixa nada passar despercebido -.


Entre as pautas mais comentadas, surgiu o temor de que as ações da FIA possam levar Max Verstappen à aposentadoria precoce. Isso porque, após sua primeira punição, o holandês comentou que as decisões do presidente da FIA "afetavam seu futuro na Fórmula 1" e tiravam a diversão do esporte. Segundo ele, a FIA estava indo longe demais ao tentar controlar os pilotos de todas as formas. A declaração deu a entender que, se a situação ganhasse mais força, o seu interesse em continuar competindo na categoria poderia diminuir.


Apesar de ter um contrato com a Red Bull até 2028, Max já expressou diversas vezes que não pretende permanecer por muito mais tempo na Fórmula 1. Agora, os fãs temem que as mudanças feitas pela FIA possam antecipar essa decisão.


Que barra, hein… 👀

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