Sprint Race no GP da Bélgica terá grid embaralhado depois da classificatória surpreendente em SPA
- Fala Driver´s
- 25 de jul.
- 4 min de leitura
O circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica, é uma das poucas pistas no calendário da Fórmula 1 que não depende de mudanças drásticas para se manter relevante. Com mais de 7 km de extensão e uma história que remonta a 1925, Spa continua sendo um ambiente onde a engenharia de ponta e os erros humanos coexistem sem esforço aparente.
Depois de mais uma vitória McLaren, com Lando Norris triunfando em casa, na frente dos seus compatriotas - e da sua própria arquibancada, a landostand - e uma pausa de três semanas, a Fórmula 1 finalmente está de volta! Mas por pouco tempo, a etapa de Spa, neste fim de semana (25-27) marca o início da segunda metade da temporada sendo a primeira da double header que antecede as férias de verão.
Bélgica, Hungria e mais quase um mês sem carros na pista. It’s lights out and away we go.
ZOOM IN no circuito
Um dos mais tradicionais da história, Spa-Francorchamps foi um dos sete circuitos presentes na temporada inaugural da Fórmula 1, em 1950. E antes disso, sediou também um Grande Prêmio Belga “fora do campeonato” em 1924. Essa é a 70ª vez que a Bélgica recebe a Fórmula 1, com as etapas divididas entre Spa, que recebe sua 57ª corrida, Zolder, que recebeu 10 e Nivelles, que sediou duas.
O circuito é casa de seções icônicas, como a La Source, a Blanchimont e a famosa Eau Rouge, onde a sequência de curvas de alta, junto com elevação do traçado, desafiam os pilotos, e foi construído em 1921. Naquela época, o traçado usava uma parte da estrada que separa a cidade de Spa da vila de Francorchamps e atravessava toda a região de Ardennes com seus incríveis 14.9 km de extensão.
Redesenhada em 1979, a pista agora conta com metade do seu tamanho original e, ainda assim, é a maior do atual calendário da categoria. Com 7.004 km, 19 curvas e duas zonas de DRS, os pilotos enfrentam 15 voltas na corrida Sprint no sábado - apenas a segunda vez que a Bélgica recebe esse formato, o primeiro sendo em 2023 - e as habituais 44 voltas na corrida de domingo.
Os dois lados da moeda
A classificação na Sprint foi otimista para uns e frustrante para outros. Na Scuderia Ferrari, Charles Leclerc sentiu confiança no carro a ponto de colocá-lo em P4 para a Sprint Race, dizendo ainda que o carro está no ajuste certo e falta apenas "mais aderência". Já para seu companheiro de equipe, Lewis Hamilton, o dia foi longe do ideal. Ainda no SQ1, ele perdeu o controle do carro após um travamento inesperado na traseira — situação inédita em sua carreira, segundo declarou ao canal oficial da F1.
A bruxa também estava solta dentro da Mercedes, que teve Kimi Antonelli e George Russell fora do top 10, e foi aí que o pelotão intermediário se deu bem. A Haas teve um dia sólido: Esteban Ocon ficou em quinto, seu melhor resultado do ano, e Oliver Bearman em sétimo. Entre eles, Carlos Sainz, na Williams, garantiu um excelente sexto lugar — apesar da eliminação precoce de seu companheiro Alex Albon ainda no SQ1.
Nada de surpresa para a equipe que vem dominando a temporada. Na frente do grid, Oscar Piastri segue mostrando força. Depois da frustração com a punição que lhe tirou a vitória em Silverstone, o australiano respondeu à altura: marcou a pole para a Sprint com quase meio segundo de vantagem. Ele já havia liderado o único treino livre de sexta-feira e confirmou a performance no lendário circuito de Spa.
Max Verstappen larga ao seu lado na primeira fila, com Lando Norris em terceiro — o rival direto de Piastri na luta pelo título deste ano.
Fecharam o top 10: Pierre Gasly (Alpine), Isack Hadjar (Racing Bulls) e Gabriel Bortoleto (Sauber), em uma combinação pouco comum nas posições finais da zona de pontos da Sprint.
A vitória perdida
George Russell parecia ter conquistado uma vitória memorável no GP da Bélgica de 2024, com sua estratégia de uma parada funcionando de modo impecável. Ele segurou Lewis Hamilton até a bandeirada, com uma vantagem apertada de 0,526s, depois de uma arrancada impressionante desde a sexta posição. Poucas horas após a corrida, a vitória foi revertida. Em verificação padronizada, o carro de Russell entrou em linha com o peso mínimo de 798 kg, mas após drenagem de 2,8 litros de combustível (procedimento obrigatório), a balança registrou 796,5 kg — ou seja, 1,5 kg abaixo do limite regulamentar. A equipe admitiu que o processo de drenagem não seguiu o procedimento exato previsto pela FIA, resultando na desclassificação de Russell.
Com a queda de Russell, Lewis Hamilton foi proclamado vencedor, alcançando sua 105ª vitória na F1 — a segunda na temporada, após o GP da Grã-Bretanha em Silverstone — e novamente no topo de Spa, empatando com Ayrton Senna em cinco vitórias no circuito.
Oscar Piastri foi promovido ao segundo lugar, e Charles Leclerc subiu para o último degrau do pódio, completando a reclassificação do resultado.
Os maiores em SPA
Grandes nomes já venceram em Spa, que foi, inclusive, o palco da primeira vitória de Michael Schumacher na F1, em 1992. Depois daquela, ele somou mais cinco triunfos e é o piloto que mais venceu no circuito belga, com seis vitórias. O seguindo de perto, Ayrton Senna venceu cinco vezes, Jim Clark, Kimi Räikkönen e Lewis Hamilton venceram quatro vezes.
As grandes escuderias também brilharam no traçado. A equipe que mais subiu ao pódio foi a Ferrari, com 49 vitórias, logo em seguida vem a McLaren, com 28 e a Williams, com 18.
O recorde oficial de volta da pista é recente, de 2024, quando Sérgio Perez marcou 1:44.701.
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